A posição dos partidos de esquerda relativamente à escuta dos Portugueses em referendo sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo é lamentável e demonstra uma visão obtusa da democracia.
Ao que parece, atiraram para detrás das costas a máxima de que é o povo quem mais ordena.
8 comentários:
convém não confundir as coisas, nem misturar tudo no mesmo saco. o referendo é um instrumento demasiado importante para servir de arma de arremesso. o que se passa é que o casamento entre dois indivíduos do mesmo sexo é claramente um assunto em que os direitos individuais de uma minoria da população portuguesa estão em causa, e o referendo, fazendo lei das opções da maioria, é uma ferramenta que não protege as minorias.
Gosto deste "dar música" atrás das costas, fugidia, como convém...
Apesar de, neste caso, o referendo ser um instrumento que a maioria tem para manter o seu poder e ideais.
Boas.
O referendo é como (com as devidas diferenças, claro) um acto eleitoral. Todos podem defender as suas opiniões e no final quem vota ou quem quer votar, decide! É só assim que entendo a democracia. Não é deixar que "o povo" decida quando convém ou quando se tem a certeza que se ganha mas quando temos duvidas já não interessa dar a palavra ao dito "povo". É uma espécie de jogo de cintura onde se escolhe o que mais convém quando mais nos convém!
Assim não é democracia. É uma imposição, portanto, uma ditadura. E tem sido assim que vivemos nos últimos 4 anos! É imposto o que sabem que democraticamente não seria aceite.
Alem do mais, e apesar dos direitos que cada um tem em relação ao sexo, à religião, à política, etc, não podemos querer tornar igual aquilo que nunca poderá ser igual, porque não o é!
Disse!
Adelino Silva
comparar a recusa a um referendo com uma ditadura é subvalorizar uma ditadura. e quanto a legitimidade para legislar sobre esta matéria em nome da maioria não há dúvidas: o ps tinha a matéria no seu programa eleitora, o pcp há muito que o defende, e o be sempre fez disso um dos seus campos de batalha.
e para ser rigoroso, a própria constituição impede que alguém seja discriminado pela sua orientação sexual. é só verificar no ponto 2 do artigo 13:
"Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual."
logo, isto é assunto que dispensa qualquer referendo
Figueiredo:
O Referendo não é nenhuma arma de arremesso, é antes um instrumento, que como tu bem sabes, graças ao periodo de discussão tem um efeito muito positivo no aprofundamento dos temas a referendo. É da discussão, da partilha de opiniões que as sociedades evoluem e não com imposições legislativas.
Depois, não é pelo facto de se tratar de uma minoria que por si só, que lhe garante razão.
Por fim, não será (infelizmente) a nova lei que irá acabar com a discriminação social.
P.s -
P.S- (Leia-se: assunto complexo)
:)
o que eu escrevi foi que "o referendo é um instrumento demasiado importante para servir de arma de arremesso", e agora acrescento que não é só com referendos que se podem discutir assuntos mais delicados.
mas as leis são exactamente "imposições legislativas"! queres viver sem elas?
claro que a discriminação é uma coisa muito mais vasta do que uma lei :)
Ao escreveres "o referendo é um instrumento demasiado importante para servir de arma de arremesso" queres dizer que ele está a ser usado como arma de arremesso, e volto a dizer que não é esse o interesse.
As leis não são imposições legislativas. Elas reflectem antes uma vontade da sociedade. Imposições legislativas é mais típico de regimes totalitários.
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