domingo, abril 20, 2014
S/ Título
Coimbra, 20 de Abril de 1981 - Regresso à perdição da cidade e dos jornais. Horas e horas a mastigar as mesmas notícias em várias versões, todas distorcidas. A realidade desfigurada num fluxo de palavras que não para, não hesita, não volta atrás, que se deixa arrastar na sua pressa e arrasta o leitor para o abismo da perplexidade ou da conivência. E às tantas, esquecido da minha condição de letrado, dou comigo a ter saudades da concisa linguagem de um sino aldeão, que em meia dúzia de badaladas festivas ou plangentes anuncia do campanário um nascimento ou uma morte. A comunicação reduzida a sinais inequívocos, sem retórica possível, sem perversão possível. Sinais que também são a crónica dos dias, mas que têm sempre uma só e simples leitura.
in Miguel Torga, Diário.
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